quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Como tudo começou: A Forma Abstrata de se Curtir a Vida

 

   Seguindo uma ordem de publicações de livros no Clube de Autores, A Forma Abstrata de se Curtir a Vida é o segundo título lançado, embora seja o primeiro escrito. Por volta de 1994 eu estava com 15 anos de idade e ingressando no nível médio no Centro Federal de Ensino Tecnológico (CEFET-BA e atual IFBA). Eu não era um garoto popular, tinha poucos amigos e uma aparência que não despertava o interesse das garotas para namorar. Em contrapartida, havia um desejo enorme para descobrir como era se relacionar, namorar.

   Por estar encarando uma nova instituição de ensino eu tinha que conquistar novos amigos e abandonar aqueles que cativei na escola anterior. Me sentia um peixe fora d'água e num primeiro contato com a disciplina de Língua Portuguesa e Literatura Brasileira comecei a me identificar com a era romancista e suas poesias. Me apaixonava exponencialmente e facilmente vivia imergido no imaginário de um relacionamento que dificilmente conseguiria me expressar verbalmente e por isso escrevia versos e formava estrofes.

    Mas não estou aqui para falar de poesias, elas foram um outro início. Meu corpo se acumulava de hormônios e desejos de ter um relacionamento que minha timidez não permitia. Completamente mergulhado no mundo literário comecei a narrar relacionamentos fictícios, como eles poderiam ocorrer dentro de uma locação real onde morei, misturada com a escola que precisei abandonar. Se observarem nos meus textos, um passo não era dado pelo personagem Marcos se a garota não demonstrasse realmente aquilo que queria, por vezes pode parecer que ela era quem tomava a iniciativa (eu acho que realmente tomava).

    O livro inicialmente foi escrito em primeira pessoa. Por entre as poesias que eu compartilhava com meus colegas de escola decidi também compartilhar a história do livro. Muitos confundiam a minha vida com a escrita no livro, mas que na realidade não passava de uma ficção ou até mesmo algo que eu esperava de um relacionamento, cometendo erros e acertos. O que muitos adolescentes sabem o que é.

    A história permaneceu guardada por anos escrita num caderno escolar de folhas pautadas e presas por uma espiral metálica, após alguns anos transcrevi em sua forma original para o formato word. Depois de ter lançado "Ambiguidade: Quando um dom se torna conflitante" decidi que precisava olhar para trás, principalmente por que não estava com inspiração para dar prosseguimento a um novo título. Mais experiente que antes, percebi que a narrativa em primeira pessoa não estava adequada ao livro e comecei a reescreve-lo adotando a terceira pessoa, recheando com mais descrição os personagens e os ambientes sem perder a essência principal, o cerne que me movimentou a escreve-lo inicialmente. O resultado foi surpreendente, poderia ter sido melhor talvez, porém, modificaria o fluxo de ideia que eu havia traçado quando escrevi este livro na minha adolescência e não queria perdê-la.

Link para o livro no site Clube de Autores:


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